sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A cilada da compra coletiva

No início era o Peixe Urbano. Depois vieram Groupon, Clickon e agora acho que existem centenas de sites especializados em compra coletiva. A lógica da coisa faz sentido: se ficar garantido que um número "x" de pessoas comprou o serviço ou objeto, esse mesmo serviço ou objeto fica mais em conta. Excelente! Seria ótimo se as empresas não fossem fominhas e o número mínimo de compradores para a coisa funcionar não fosse tão alto. Ou se não colocassem promoções simultâneas em vários sites de compra coletiva, disponibilizando um serviço que não vão ter capacidade de oferecer. 

Quando a promoção é em bar ou restaurante, pode esquecer conseguir entrar no local pelos próximos 6 meses. O lugar vira um apinhado de gente pedindo a mesma coisa. Acho que alguns estabelecimentos até param de servir temporariamente os pratos ou bebidas que não foram alvo da promoção. Já ofertas de passagens e hotéis trazem o risco da pessoa não conseguir reservar sua viagem dentro do prazo definido pela empresa. Já li várias reclamações sobre isso em revistas como a Viagem e Turismo e a Viaje Mais

Agora, em minha opinião, nada barra as ofertas de serviços estéticos. Salões de beleza, clínicas estéticas e de depilação, todos oferecendo serviços com mais de 80% de desconto.  Imaginem a cena: 500 mulheres compram um pacote desses de massagem e drenagem linfática. A promoção está em 4 ou 5 sites de compra coletiva ao mesmo tempo, ou seja, cerca de 2 mil pessoas compram o pacote. A empresa determina que todas as sessões devem acontecer nos próximos 6 meses. Além disso, a empresa determina que só sejam feitas "x" sessões diárias da oferta, afinal, não quer ter prejuízo e perder clientes que pagariam o preço "verdadeiro" da coisa. E, novidade, é impossível conseguir marcar o atendimento dessa gente toda nesses termos, o que significa que várias pessoas vão ficar a ver navios.

Aí qual seria a sua reação? Reclamar com o site que mediou a sua compra, certo? Só que a maioria desses sites (não posso afirmar que são todos, apesar de acreditar nisso) coloca uma cláusula nos termos de serviço que o exime da responsabilidade sobre o serviço prestado. Então você tenta reclamar com a prestadora do serviço. Boa sorte, afinal outras 1.999 pessoas enfurecidas estão tentando fazer o mesmo, sem sucesso.

Parece exagero, mas eu conheço bem uma pessoa que passou pela situação descrita acima. EU. Paguei 170 reais por um serviço do qual não vou usufruir. Estorno? Esquece. Estou há dias trocando emails com o site da compra coletiva e há quase um mês tentando contato com a clínica estética em questão. O site de compra coletiva enrola. A clínica simplesmente parou de atender a telefonemas. E agora fico calculando quantos cafés no starbucks ou quantas cervejas de framboesa eu podia tomar com esse dinheiro. 


Qual a solução? F-u-j-a da praga que é a compra coletiva. Não tem dinheiro pra fazer alguma coisa? Junte! Antes um serviço caro e bem feito do que um barato que vai te dar mais raiva do que satisfação. Quando a esmola é demais o santo desconfia, já diziam todas as nossas avós.  

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