quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

sobre veganismo, purismo e outros ismos

Faz uma semana que não consigo vir aqui escrever uma linha. A entrega da minha dissertação de mestrado é daqui a pouco mais de uma semana e está difícil fazer qualquer coisa que não trabalhar nela. Mas vi uma notícia na internet (que foi comentada por muita gente no facebook) que não poderia deixar passar em branco.



Saiu na sessão Radar Fashion, no portal Terra uma matéria, onde o estilista Pedro Lourenço declara achar uma "babaquice" a pressão de ativistas dos direitos dos animais para que o uso de peles verdadeiras fosse banido da moda. Não vou entrar no mérito de discutir se Pedro Lourenço é ou não um "babaca" (até porque isso está dado e não exige discussão), mas o que me irritou profundamente foi a justificativa dele: "Só tem sentido discutir isso se as pessoas deixarem de usar sola de sapato de couro."

Essa lógica, do "ah, mas não tem porque fazer isso enquanto aquilo não for feito" serve para justificar toda e qualquer ação no mundo. Qual protetor de animais nunca foi confrontado com uma frase do tipo "não vejo o porquê de se preocupar tanto com bicho quando tem tanta criança (ou velho, ou adolescente, etc) passando fome"? Esse raciocínio dá a entender que, enquanto um problema específico não for erradicado do planeta, todos os outros não merecem atenção. E, convenhamos, a possibilidade de todas as crianças, velhos e adolescentes do mundo estarem bem alimentados um dia é, infelizmente, mínima.

Li no excelente blog DIstrito Vegetal um texto muito bom falando justamente sobre essa lógica, aplicada ao ideário vegano (link aqui). O texto defendia que muitas pessoas acabam não se interessando pelo veganismo justamente porque parece ser algo difícilimo de se conseguir. E muitos adeptos do veganismo não ajudam, condenando as pessoas por não seguirem o "código" vegano estritamente. E aí vem o nosso conhecido raciocínio: ah, mas se eu não consigo parar de comer queijo, deixa pra lá, vou continuar comendo carne". Pera aí! Não é justamente isso que o nosso muy amigo Pedro Lourenço está falando?! Que não adianta brigar contra as fur farms, que não faz diferença, enquanto todo o resto não for mudado?

Só que faz diferença. Tudo tem que começar por um lugar. Não tenho vergonha de admitir que tenho sim sapatos de couro no armário. Faz só um ano que parei de comer carne. Eventualmente uso leite e ovos orgânicos em receitas. Faz dois anos que comecei a comprar somente cosméticos e produtos de limpeza não testados em animais. Ainda é pouco? Sim, é bem pouco. É mais do que muita gente faz? Sem dúvida.  

O importante é não se deixar levar por esse pensamento "babaca" que gente como o "babaca" do Pedro Lourenço usa pra falar tais "babaquices". Repito, tudo tem que começar por algum lugar. Pena que exista tanta gente como esse menino, que acredita que simplesmente não vale a pena.

E agora chega, hora de voltar à dissertação!

Bonito né? Só que não.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Das maravilhas de Montevidéu

Gustavo e eu passamos uma semana no Uruguai em julho de 2011. Foram 3 dias em Montevidéu e outros 3 dias em Colonia del Sacramento, lugar geralmente associado a Buenos Aires, pois é comum pegar o buquebus e fazer um bate e volta a partir da capital portenha. Falaremos de Colonia e da minha vontade de morar lá até o fim dos dias em outra ocasião, hoje é dia de falar de Montevidéu. 

Tudo o que eu havia lido antes de ir a Montevidéu, relacionava a cidade ao verão. As praias à beira do Rio da Prata, as ramblas lotadas à calçadão de copacabana, as boates. De fato, no inverno praticamente não há turistas em Montevidéu, a cidade fica vazia até de uruguaios (diferente dos portenhos, me pareceu que os montevideanos não curtem o frio). E talvez por isso a cidade me encantou tanto, pois parecia vazia de espetáculo e de coisa-pra-gringo-ver. A minha Montevidéu é nua e verdadeira, cheia de vinhos, uvitas, picadas, chivitos, praças, ventos gelados, dias ensolarados e gente tomando mate até no ônibus.

Vamos começar pelo Mercado do Porto. Quanta decepção ver o Mercado no verão. Comida ruim, mal feita e cara, restaurantes lotados, calor insuportável. Tão diferente do que eu tinha visto no inverno. Na minha Montevidéu o mercado é bem mais vazio, a gritaria é controlada e é possível tomar uma Patricia gelada no balcão, conversando calmamente com o dono do restaurante. O mesmo dono de restaurante que não conseguia atender às mesas durante o verão, no inverno nos fez recomendações, bateu papo e nos serviu uma parrillada vegetariana maravilhosa. 

No inverno, caminhar pela Ciudad Vieja também não é o melhor dos programas, admito. Mas é melhor do que no verão, sem dúvida. Não tem aquele monte de gente vendendo quinquilharia esperando o próximo turista bobo. Tem a feirinha de antiguidades da Plaza Constituición, tem as lojinhas do Peatonal Sarandí. Tem os cafés cheios de gente tomando um submarino pra espantar o frio. E, apesar da conservação dos edifícios ser horrível (faz a gente até simpatizar mais com o IPHAN), tem coisas bonitas, como o Cabildo, a Catedral, os prédios em torno da Plaza Zabala... mais pra frente tem o Palacio Salvo (prédio de estilo duvidoso que durante anos foi o mais alto da América do Sul) e o Mausoléu do General Artigas (bem bonito, mais bacana que o Memorial JK, ouso dizer). Se Buenos Aires tem a famosa livraria El Ateneo, que fica dentro de um antigo teatro, Montevidéu não fica atrás. Lá tem a Librería Puro Verso, num edifício lindo construído em 1917.   
Plaza Zabala
Librería Puro Verso
Puerta de la Ciudadela
Palacio Salvo, visto da Plaza Independencia

 Na minha Montevidéu também tem o Baar Fun Fun, claro. Só que com poucos turistas e muitos locais. Tem uma família enorme de brasileiros simpáticos comemorando alguma coisa (os únicos brasileiros que encontramos durante toda a viagem). Tem também uma senhora que passou há muito dos seus 80 anos, esperando a banda começar a tocar, enquanto toma Uvitas (sei lá como explicar o que é uvita, sei que é tipo um shot e que é bom). Isso, aliás, é uma particularidade bacana do Fun Fun. Como a casa tem mais de 100 anos, as gerações se encontram e se entendem. A senhora bateu papo conosco e ainda reclamou que estávamos indo embora cedo demais (a prova cabal de que velhice nada tem a ver com idade). Lá também tem umas tábuas de petiscos (picadas) ótimas e estranhíssimas: a que pedimos combinava ravióli com queijo ralado por cima + rolinho primavera com molho shoyo.  
Gustavo, uvita e a senhorinha nossa amiga ao fundo

Picada e uvitas
Tem os bairros bacanas também. As casas "chiques" ficam no bairro Carrasco, próximo ao aeroporto (e longe da cidade). Mas os bairros de Pocitos e Punta Carretas são charmosos, cheios de bons restaurantes, ruas bonitas e pequenos parques, onde sempre tem uma feirinha acontecendo. A feirinha do Parque Biarritz é bacana, tem produtos locais bonitos, bancas de comida. E dá-lhe garrafinha de mate pendurada embaixo do braço! E tem famílias inteiras passeando encasacadas, tem quadra de tênis no meio do parque e as pessoas ficam assistindo ao jogo dos outros. Tem um monte de cachorro com dono, e eu fiz amizade com um vira lata branco que, apesar de ter o rosto meio deformado (parecia ter sofrido um acidente) era simpático e ostentava uma coleira azul enorme, o que provava que ele tinha um dono pra chamar de seu. 



Passeando em Pocitos
Para os consumistas de plantão, tem boas lojas. Não é aquela pseuso-miami que chamamos de Buenos Aires, mas é bem mais legal. Tem lojas femininas como a Lemon, que a minha irmã me apresentou e que eu adoro. Tem lojinha chinfrim, como a Tiendas Montevideo, onde é possível comprar coisas baratas para a casa e... roupas de dormir (pijamas, camisolas, roupões... coisas de boa qualidade e ridiculamente baratas). Vale a pena descobrir as marcas locais - e dá um certo prazer saber que a blusa que custa 600 pesos vale cerca de 55 reais... 


Enfim, por esses e outros motivos Montevidéu conquistou meu coração. Vejo as pessoas felizes e contentes indo passear em Buenos Aires e entendo o porquê. Os argentinos são melhores de marketing, sem dúvida (basta lembrar que o estádio do Boca Juniors conta com um museu cheio de salamaleques e o estádio Centenário em Montevidéu não conta nem com arquibancada direito). Mas talvez a graça esteja justamente aí. Montevidéu não é cidade turística, é cidade. E ponto. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cruzeiro: mitos e verdades


Após 7 dias balançando em alto mar e mais um final de semana com labirintite, estamos de volta! Resolvi começar o relato sobre o cruzeiro apontando algumas questões que sempre me encucaram quando pensava em viagens de navio. Não que eu tenha a resposta para todas elas, afinal um único cruzeiro não resume todas as possibilidades dessa modalidade de viagem, mas já dá pra ter uma idéia sobre algumas coisas.

1.       Navio grande não balança.
Mentira deslavada. Essa é uma das, senão A grande questão que sempre me encafifou em se tratando de cruzeiros. Como dito antes, eu sinto enjôo com muita facilidade e ficava apavorada pensando na possibilidade de passar mal durante a viagem. Ao embarcar fiquei aliviada, pois de fato não sentia nenhum movimento. Lá pelas tantas, percebemos que estávamos nos afastando do porto e subimos para ver a partida do deck superior. Nisso eu já estava eufórica, pois o barco estava em movimento e o balanço era quase imperceptível. A euforia durou até o momento em que entramos em alto mar. Aí a vaca foi pro brejo. Porque a coisa toda balançava sim, e MUITO. O primeiro jantar foi permeado por exclamações do tipo “mas pqp, esse negócio balança pra caraaaaaaamba”. No final das contas as pessoas se acostumam e o balanço deixa de ser incômodo. Eu, que esperava tomar mais de 20 dramins em uma semana, tomei uns 4. E isso num dia de mar muito agitado. Ou seja: balançar, balança. Mas não é nada que incomode a ponto de atrapalhar a viagem.
Eu, me achando "a desbravadora dos mares" durante a partida.
2. Em cruzeiro se come muito.
Isso é verdade, só que em termos. Porque, por mais que haja comida disponível o dia inteirinho, não há ninguém te obrigando a comer nada. A coisa toda funciona basicamente assim: você toma café da manhã (que é cheio de opções). Aí durante o dia todo você tem várias opções de salada e pratos quentes e doces no buffet. No nosso cruzeiro ainda havia o buffet-evil: pizza, cachorro quente, hambúrguer e batata frita. Tudo ali pertinho da piscina interna (onde passávamos grande parte das manhãs).  E sorvete de casquinha (com filas maiores que o INSS). Aí ainda dava pra almoçar no restaurante a la carte bacaninha. E à noite ainda tinha o jantar “chique”, com entradas e pratos principais e trajes pré-definidos (formal, passeio, esporte, etc). E tudo isso incluído no preço do cruzeiro, só se paga à parte as bebidas alcólicas. Ainda havia um café tipo Starbucks e uma sorveteria Ben & Jerry’s, ambos pagos à parte (mas não eram caros). Então víamos pessoas se entupindo de comida literalmente o tempo todo. É claro que ninguém resistiu e aqui em casa cada um voltou com um quilo a mais apontando na balança. Mas que poderiam ter sido facilmente 3 ou 4, caso não tivéssemos nos controlado.
E daí que eu acabei de almoçar? Toda hora é hora de Irish Coffee.

3. Cruzeiro é uma ótima forma de conhecer lugares diferentes gastando pouco.
Imagino que isso até possa ser verdade, se estivermos falando de cruzeiros pelo Caribe, por exemplo. Pois é uma forma de conhecer várias ilhas e praias específicas que jamais visitaríamos de outra forma. Agora, no caso da costa brasileira ou dos portos principais da América do Sul, considero mentira. E isso ficou muito claro pra mim nessa viagem. Teríamos 3 portos de desembarque: Montevidéu, Punta del Este e Santos. Gustavo e eu conhecíamos Montevidéu de outra viagem, e adoramos a capital uruguaia. Mas a escala na cidade foi uma decepção. Isso por dois motivos: não só porque é absolutamente impossível conhecer o principal de uma cidade em poucas horas, como também porque a Montevidéu do verão é completamente diferente da cidade que conheci durante o inverno de 2011 (depois escrevo um post cheio de motivos para se visitar o Uruguai durante o inverno). Conversei com alguns passageiros do nosso navio e todos detestaram a escala, afinal comeram mal no Mercado do Porto e se limitaram às lojinhas-para-turista-ver da região. Mesmo em nosso grupo o pessoal não se empolgou, e com razão. A escala em Punta não aconteceu, porque o mar estava muito agitado, o que impossibilitou a utilização das lanchas para levar os passageiros ao porto (em Punta o navio não atraca no porto, fica ancorado à distância). E, no dia em que atracamos em Santos, chovia canivete. Faltava só um dia pra chegarmos em casa e estávamos cansados, acabamos não desembarcando. Conclusão: o cruzeiro valeu pelo navio e pelas experiências a bordo, as escalas não fizeram a menor diferença. Com exceção de uma degustação que fizemos numa vinícula próxima a Montevidéu, todas as saídas do barco seriam absolutamente dispensáveis.       
Espumante às 10 da manhã? Nas férias pode! (vamos fingir que só fazemos isso nas férias, ok?)
4.       É impossível ficar entediado em um cruzeiro.
Acho que isso depende muito. Depende do perfil do cruzeiro que você escolhe, depende da companhia do cruzeiro e, principalmente,  depende do modo como você encara uma viagem desse tipo. Eu diria que a maior parte das atividades que acontecem em um cruzeiro são do tipo gregárias, partem do pressuposto que as pessoas estão ali para fazer amigos, fazer festa, “badalar”, “causar”. Então era um tal de aula de axé, aula de capoeira, basquete na piscina, gincanas... ou seja, se você não é do tipo que está disposto a dançar a macarena pra ganhar pontos extras num jogo tipo quiz, vai se sentir deslocado. Também havia muitas atividades para os atletas de plantão. Academia bem equipada, Spa, pista de cooper, aulas de ginástica e palestras sobre alimentação saudável (ao lado do buffet de hambúrguer e batata frita, todo um contra-senso). Como meu conceito de férias não envolve nem ouvir axé e nem fazer aula de aeróbica (hein?), admito que houve momentos do tipo “nhé, nem tem nada pra fazer agora”. Mas sou da opinião que se te dão um limão, basta fazer uma caipirinha. Descobrimos o salão de jogos e jogávamos baralho e Scrabble quase todos os dias. A piscina coberta era mais tranquila e ficávamos bastante tempo lá. Havia o casino, que ocupava parte das nossas noites. Teve um dia em que a banda principal tocou Beatles. E sempre tinha um trio de jazz bacana tocando num dos bares. E tomamos váários drinques gostosos e cerveja Blue Moon (que caçamos no navio inteiro até encontrar as últimas garrafas, no teatro). Enfim, nós dois nos divertimos bastante à nossa maneira, e cada integrante do nosso grupo fez o mesmo. Aí se tem uma grande vantagem do cruzeiro: é um tipo de viagem no qual é possível agradar a várias pessoas de gostos diferentes ao mesmo tempo (mas que eu senti falta de ouvir um rockzinho, senti).
Não existe tédio quando existe drinque do dia.

Por fim, uma coisa que eu não tinha ouvido falar, mas que não posso deixar passar em branco: a extrema simpatia e dedicação de todos os funcionários que trabalham no navio. Não sei se é uma coisa da Royal Caribbean, não sei se nosso grupo específico teve sorte. Só sei que nunca fui tão bem atendida e tão bem tratada! Um exemplo disso é que o chefe dos garçons, ao ver que eram poucas as opções para vegetarianos no cardápio do jantar, simplesmente passou a encomendar pratos especiais para mim, todos os dias. Quando descobriu que eu gostava de comida indiana então (ele era indiano), jesus! Todo dia era um tal de curry de couve-flor, vegetais massala, cada coisa mais deliciosa que a outra. E se atleta-de-cruzeiro é uma categoria comum entre passageiros de navios, o Gustavo inventou o vegetariano-de-cruzeiro: comeu comida indiana-vegetariana todos os dias. Quem sabe não foi um sinal?        
Suzana, nossa camareira, era super prendada. Achei o cachorrinho uma graça!

                 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Pausa para viagem!

É, chegou o dia... protetor solar fator 100, check. Estoque de Dramin, check. Gatinhos devidamente hospedados no hotelzinho só para felinos, check. Daqui a uma semana eu volto com o relato mais detalhado já feito sobre um cruzeiro!

Haroldo says: Quem sabe se eu ficar quietinho não me colocam na mala e me levam também???





sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A cilada da compra coletiva

No início era o Peixe Urbano. Depois vieram Groupon, Clickon e agora acho que existem centenas de sites especializados em compra coletiva. A lógica da coisa faz sentido: se ficar garantido que um número "x" de pessoas comprou o serviço ou objeto, esse mesmo serviço ou objeto fica mais em conta. Excelente! Seria ótimo se as empresas não fossem fominhas e o número mínimo de compradores para a coisa funcionar não fosse tão alto. Ou se não colocassem promoções simultâneas em vários sites de compra coletiva, disponibilizando um serviço que não vão ter capacidade de oferecer. 

Quando a promoção é em bar ou restaurante, pode esquecer conseguir entrar no local pelos próximos 6 meses. O lugar vira um apinhado de gente pedindo a mesma coisa. Acho que alguns estabelecimentos até param de servir temporariamente os pratos ou bebidas que não foram alvo da promoção. Já ofertas de passagens e hotéis trazem o risco da pessoa não conseguir reservar sua viagem dentro do prazo definido pela empresa. Já li várias reclamações sobre isso em revistas como a Viagem e Turismo e a Viaje Mais

Agora, em minha opinião, nada barra as ofertas de serviços estéticos. Salões de beleza, clínicas estéticas e de depilação, todos oferecendo serviços com mais de 80% de desconto.  Imaginem a cena: 500 mulheres compram um pacote desses de massagem e drenagem linfática. A promoção está em 4 ou 5 sites de compra coletiva ao mesmo tempo, ou seja, cerca de 2 mil pessoas compram o pacote. A empresa determina que todas as sessões devem acontecer nos próximos 6 meses. Além disso, a empresa determina que só sejam feitas "x" sessões diárias da oferta, afinal, não quer ter prejuízo e perder clientes que pagariam o preço "verdadeiro" da coisa. E, novidade, é impossível conseguir marcar o atendimento dessa gente toda nesses termos, o que significa que várias pessoas vão ficar a ver navios.

Aí qual seria a sua reação? Reclamar com o site que mediou a sua compra, certo? Só que a maioria desses sites (não posso afirmar que são todos, apesar de acreditar nisso) coloca uma cláusula nos termos de serviço que o exime da responsabilidade sobre o serviço prestado. Então você tenta reclamar com a prestadora do serviço. Boa sorte, afinal outras 1.999 pessoas enfurecidas estão tentando fazer o mesmo, sem sucesso.

Parece exagero, mas eu conheço bem uma pessoa que passou pela situação descrita acima. EU. Paguei 170 reais por um serviço do qual não vou usufruir. Estorno? Esquece. Estou há dias trocando emails com o site da compra coletiva e há quase um mês tentando contato com a clínica estética em questão. O site de compra coletiva enrola. A clínica simplesmente parou de atender a telefonemas. E agora fico calculando quantos cafés no starbucks ou quantas cervejas de framboesa eu podia tomar com esse dinheiro. 


Qual a solução? F-u-j-a da praga que é a compra coletiva. Não tem dinheiro pra fazer alguma coisa? Junte! Antes um serviço caro e bem feito do que um barato que vai te dar mais raiva do que satisfação. Quando a esmola é demais o santo desconfia, já diziam todas as nossas avós.  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Da arte de fazer as malas

Fazer as malas é uma coisa que sempre me deu muito prazer. Quando criança, escrevia listas super metódicas, descrevendo em detalhes tudo o que entraria na mochila, na bolsa de mão, na mala a ser despachada... Chegava a especificar  quais as fitas K7 iria levar para escutar no walkman, calculadas de acordo com a duração da viagem. Por exemplo: Brasília-Rio de carro = mais ou menos 12 horas. Isso significava 13 fitas (uma extra, caso a viagem demorasse um pouco a mais). E parte das férias eram gastas gravando e regravando todas as fitas que seriam levadas na viagem. 

Hoje não tem mais fita K7, mas a metodologia das listas continua. Começa semanas antes da viagem em si. E é um tal de acrescenta sapato, tira blusa, "pra que diabos eu pensei em levar isso", etc. Parte disso se deve ao fato de eu ser uma organizadora compulsiva, mas também é porque se trata de uma forma de curtir qualquer viagem por mais um tempinho. Ao mentalizarmos uma coisa tão banal como uma mala, imaginamos que roupas ou objetos vamos precisar em determinada ocasião, pensamos detalhadamente em todos os lugares que vamos visitar.... ou seja, a viagem, que em si dura coisa de uma semana, se estende por meses até. 

Por esse mesmo motivo virei frequentadora assídua de fóruns de viagens. Não só antes de embarcar, discutindo dicas com outros participantes, mas depois de voltar também, escrevendo relatos detalhados sobre a viagem que passou. Mais uma forma de viajar por mais um tempinho e aplacar aquele vazio pós-viagem que bate quando voltamos à rotina normal.


Mas sim, voltando às malas. Acho que não tem receita pra fazer mala. Na verdade até tem, já vi milhares delas em livros, jornais, programas de televisão, etc. Mas acho tudo uma grande bobagem. Afinal, se todo mundo é diferente, não faz o menor sentido achar que as coisas que precisamos carregar de um lado pro outro são as mesmas. Lembro que uma vez enfiei DEZ pares de sapato em uma mala. Qualquer personal organizer acharia um absurdo. Mas eu fiquei feliz da vida e usei todos eles (até o coturno - no verão carioca. ah, a adolescência...). Em oposição a isso, meu tio já fez uma viagem internacional levando apenas uma pochete, justificando que pretendia fazer muitas compras, o que incluia uma mala nova. Difícil foi explicar pro fiscal da alfândega que ele era apenas um turista bem intencionado e não um terrorista kamikaze maluco (afinal, que tipo de gente atravessa um oceano carregando apenas a carteira?!). 


No fim das contas, acho que só existem duas regras que devem ser seguidas por todos, independente de qualquer coisa:
1 - Respeite os limites de peso que o seu corpo consegue carregar. Porque pedir arrego pro pai/namorado/amigo é pedir pra ouvir reclamação. E eu não admito ninguém reclamando da minha mala tão meticulosamente organizada. 
2 - Sempre coloque coisas líquidas em geral (shampoo, creme, perfume, remédios) em um saco plástico. As coisas nunca derramam até a hora em que derramam. E eu já joguei necessaire fora porque nunca consegui tirar o cheiro de xarope de dentro dela.


E depois é só esperar ansiosamente o momento de sair de casa, o momento em que a viagem de fato começa. Admito que até hoje não consigo pregar o olho na noite em que antecede uma partida...  


Meu sonho dourado enquanto organizada compulsiva. Se bem que essa ia ser difícil de carregar sozinha...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Couscous marroquino adaptado

Adaptei essa receita de um livro que a minha mãe me deu: The Newlyweds vegetarian cookbook. Não gostei muito quando fiz ao pé da letra seguindo o livro. Então ontem resolvi improvisar e fazer do meu jeito e ficou muito bom! É super fácil e rápido, funciona bem para aquele dia em que a gente quer jantar alguma coisa quentinha ao invés de lanchar o clássico queijo-quente-preguiçoso (quem nunca?). 

Couscous Pseudo-marroquino
2 cebolas roxas
1 pimentão vermelho grande
2 ou 3 talos de alho poró
2 dentes de alho fatiadinhos
azeite de oliva
pimenta preta ralada na hora e sal a gosto
suco de limão (1/2 limão basta)
150g de couscous
300ml de água fervendo ou caldo de legumes

Preparo: 
Cortar os vegetais grosseiramente e refogar tudo no azeite. Antes o alho, em seguida acrescentar o pimentão e depois a cebola e o alho poró. Quando estiver tudo bem macio e a cebola bem dourada é só temperar com o sal e a pimenta.
Enquanto os vegetais estão na panela, esquentar a água e hidratar o couscous, toda a água tem que ser absorvida. Depois é só afofar com um garfo e acrescentar os vegetais refogados. Por fim, temperar com suco de limão, sal e pimenta moída, misturando tudo. 

Eu inventei uma variação de última hora: Cozinhei uns 200g de cogumelo portobello na manteiga e depois temperei com um pingo de sal e pimenta antes de colocar no couscous. Não sei se tem a ver com couscous marroquino mas eu ando com mania de cogumelo... e cogumelo é bom demais, não tinha como ficar ruim (e de fato não ficou). 


Tudo cortadinho antes de começar.
Refogando, cozinhando...
Bon appetit!